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Por 4 a 3 em julgamento do Tribunal de Justiça Desportiva, Petrallás continua como interino da FFMS
Julgamento aconteceu na noite desta sexta-feira (11), na Câmara de Campo Grande
MIDIAMAX/DIEGO ALVES
Por 4 votos a 3 o então presidente interino da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Estevão Antonio Petrallás, continua à frente da federação após denúncia de que ele estaria inelegível devido à suposta “decisão judicial condenatória' que o impediria de assumir o cargo. Julgamento do Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul aconteceu na noite desta sexta-feira (11), na Câmara de Campo Grande.
Petrallás foi nomeado como interino após operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que prendeu o então presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, e mais 11 pessoas. Conforme a denúncia do Gaeco, o montante desviado pelo grupo de Cezário superou os R$ 6 milhões apurados inicialmente. Logo, apurou-se que os valores podem ultrapassar os R$ 10 milhões, segundo o Gaeco.
Apresentada pelo Esporte Clube Comercial, o argumento da denúncia era a de que Petrallás não poderia ter sido indicado presidente interino pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por estar inelegível. Pelo fato de que, quando presidente da Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul, em 2016, firmou convênio com a Fundesporte (Fundação de Esporte), por intermédio do Fundo de Investimentos Esportivos para viabilizar projeto que tinha como objetivo a participação do Operário Futebol Clube no campeonato estadual de 2016, equipe que presidia.
Aceita pelo procurador-geral, Adilson Viegas de Freitas Jr., do TJD-MS que, por sua vez, realizou a denúncia junto à presidência da entidade. Agora Petrallás segue como interino por até 75 dias até que seja feitas novas eleições. De acordo com a denúncia apresentada, Estevão estaria inelegível a partir de 2016 para ocupar tal cargo, nos termos dos artigos 65 da Lei n.º 14.597-2023 e 53 do estatuto da FFMS.
Empatado em 3 a 3, a votação foi decidida pelo presidente do TJD-MS e representante da FFMS, Patrick Hernands Santana Ribeiro, que seguiu o relator e representante da OAB-MS, Thiago Moraes Marsiglia. Segundo Patrick a peça foi montada sob legislação na qual inadimplência geraria inelegibilidade, mas, houve, na concepção dele, prestação de contas, ainda que glosada. Votaram contra, Thiago Moraes Marsiglia, Marcelo Carriel Honório, vice-presidente do TJD-MS e representante da OAB-MS e Leonardo Ros Ortiz, representante dos atletas.
A favor da denúncia votaram Celina de Mello e Dantas Guimarães, representante da FFMS, Munir Yusef Jabbar, representante dos clubes e Valessa Silvério Batista, representante dos clubes. A acusação argumentou que Petrallas era o ordenador de fato, assinou com a Fundesporte, e que o nome dele consta em cheques da prestação de contas.
O processo contra a Liga correu no ano de 2016, questionando prestação de contas do período de março a maio de 2016. Assim, o presidente à época do processo já era Gilberto Barros, que tomou posse em maio daquele ano. Entretanto, à época dos fatos, o presidente era Estevão Petrallás, que foi nomeado presidente da Liga entre os meses de maio de 2013 a 2016. Denúncia Segundo a denúncia apresentada pelo Comercial, Petrallás, então presidente do Operário Futebol Clube não poderia ser indicado por estar inelegível, já que, quando presidente da Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul, em 2016, firmou convênio com a Fundesporte, por intermédio do Fundo de Investimentos Esportivos para viabilizar projeto que tinha como objetivo a participação do Operário no campeonato estadual de 2016. Ainda de acordo com a denúncia, Petrallás não fez a prestação de contas.
Então, houve auditoria que comprovou danos ao erário. Assim, sem conseguir receber o valor de R$ 40.878,97 já corrigido, ajuizou ação de cobrança. A Justiça julgou procedente o pedido. Assim, foi então realizado julgamento em relação a inelegibilidade e impedimento de para comandar a entidade. Clubes montam comissão para fiscalizar Petrallás
Na última sexta-feira (07), os clubes de futebol de MS formaram comissão para fiscalizar os trabalhos de Estevão Petrallas à frente da FFMS. O grupo é formado pelos dirigentes da Gilmar Ribeiro (Portuguesa), André Baird (Costa Rica), Iliê Vidal (Águia Negra), Luiz Bosco Delgado (Corumbaense) e Italo Milhomem (Cefac/Esquerdinha). Estevão ainda deve convocar uma nova eleição para um presidente efetivo e para tal, precisar mudar o estatuto. Uma das principais funções do grupo é acompanhar as mudanças no estatuto da federação e garantir que as ações não sejam fraudadas.
Petrallas indicado interino Assembleia Geral Extraordinária dos clubes filiados à FFMS decidiu pela permanência de Estevão Petrallas como presidente interino da entidade por 90 dias. Estevão foi nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) após a prisão e afastamento de Francisco Cezário, preso na Operação Cartão Vermelho, em 21 de maio. Os clubes votaram e decidiram que Petrallas fica pelos 90 dias estipulados pela CBF. A diretoria do FFMS assim como os vice-presidentes seguem normalmente nas funções.
Fala de Petrallás após o julgamento
“Tomara que agora as coisas realmente caem no juízo das pessoas que estão na gestão dos clubes. Não tem revanchismo, contra quem vota contra, quem trouxe ou use essa instrução toda. E a gente fica muito contente de ver o amadurecimento do nosso Tribunal de Justiça Desportiva. Não podia ser diferente. Quero pedir, a possibilidade da federação administrar o estado Jacques da Luz, já que hoje tivemos a notícia de que o governo pediu pra gerir, possivelmente, o estádio de Pedro Pedrossian. Talvez pela reforma que vem pela frente, pode levar aí pelo menos uns dois anos, dois anos e meio mais à frente. Então eu vou me preocupar nisso, amanhã farei uma visita ao gabinete pra ver a possibilidade”, disse.