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Lionel Messi, o craque da Argentina movido a... alfajores
Aposta com diretor da base, estado de choque após lesão, embaixadinhas na rua para conseguir dinheiro e liderança desde cedo: confira histórias do craque nos tempos de Newell's Old Boys
GLOBOESPORTE.COM / RODRIGO LOIS
Muito antes de ser Messi, o craque da seleção da Argentina na Copa do Mundo, ou a estrela do Paris Saint-Germain, a lenda do Barcelona, Lionel foi um dia o pequeno Leo do bairro La Bajada, uma das promessas do Newell's Old Boys. Apesar do pouco tempo nas categorias de base do clube, o menino prodígio foi protagonista de vários causos na cidade de Rosário.
Uma das mais curiosas foi com o antigo diretor da escolinha de futebol do Newell's, Carlos Marconi. Reza a lenda que os dois tinham uma aposta: se o menino fizesse um gol, ganhava um alfajor. Esse é um doce tradicional na Argentina e em outros países que falam castelhano.
Messi era meio "delicado" para comer, mas não resistia aos alfajores. O problema foi quando começou a fazer quatro, cinco gols e a cobrar por isso. O próprio craque confirmou a história quando ganhou sua segunda Bola de Ouro, em 2012.
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Messi começou a frequentar o complexo de treinamento Malvinas, onde treinam as equipes da base do Newell's, em março de 1994. Naquela época ele ainda não tinha completado sete anos de idade.
No primeiro jogo, contra a equipe Pablo IV, fez seis gols na vitória por 6 a 0 . Até ir embora para o Barça, aos 13 anos, o pequeno Leo marcou 234 gols em 176 partidas pelo Newell's.
Sebastián Enrique Domínguez, seu último técnico no clube argentino, chegou a escutar a história dos alfajores, mas nunca viu pessoalmente.
Ele se lembra de outro causo: às vésperas de um torneio muito importante para o time em Mar del Plata, em 2000, Messi havia sido avisado no treino para não finalizar com a perna direita. O menino tentou mesmo assim, caiu errado no chão e fraturou a mão.
— Ele ficou ali no chão, me olhava e não falava nada. Eu gritei: "O que aconteceu?". Ele me olhava e olhava para a mão. Não emitia nenhum som, nada. Estava petrificado. Foi um golpe muito duro para nós, porque perdemos o melhor jogador do campeonato — contou "Quique".
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Domínguez trabalhou nas categorias de base do clube durante 11 anos, juntando todos os períodos, sendo que com Lionel Messi foi o final de 1998, todo o ano de 1999 e o início de 2000. O técnico o orientou nos primeiros treinos em campo para 11 jogadores.
— A escola de futebol tinha por política que os técnicos não passassem mais de um ano com a mesma categoria, para evitar preferências, dar possibilidades a todos etc. Tínhamos um ano para dar o máximo que podíamos entregar, de acordo com a idade. Com Messi foi menos: ele já sabia tudo — disse Domínguez.
Enrique Domínguez destacou também na entrevista ao ge uma característica de Messi identificada desde cedo: a liderança. Lionel era travesso como qualquer criança, mas juntava os companheiros ao seu redor, era muito sereno e respeitoso com árbitros, colegas e adversários.
Um tipo de liderança que não era por ego. Muitas vezes, o pequeno Leo puxava a fila dos exercícios para assim passar mais segurança aos outros meninos, mesmo que errasse. Essa atitude não passava despercebida.
— Há personalidades, pintores, músicos, escultores, esportistas, que nascem com algo especial. Já nascem com toda a bagagem de conhecimento. Leo, desde muito pequeno, fazia coisas que surpreendia a todos. Ou tinha atitude, com muita vontade de aprender e ajudar aos companheiros, que eram coisas natas.
Domínguez acredita que o Lionel Messi visto nesta Copa do Mundo de 2022, mais responsivo para com as provocações dos rivais, como aconteceu no jogo contra a Holanda, é um sinal de amadurecimento. O atacante entendeu que deve combater coisas que discorda. A torcida agora é pelo sucesso do antigo pupilo na decisão contra a França.
— Desde que nasceu, ele tem um sonho de ser campeão mundial pela Argentina. Parece que o destino marcou para ele que o último jogo pela seleção seja o do título . Até isso tem um plano superior.
Acompanhe ao vivo a final da Copa do Mundo entre Argentina e França, neste domingo, às 12h (de Brasília), na TV Globo, no SporTV, no ge e no Globoplay.
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