Sábado, 05 de Outubro de 2024
  • Sábado, 05 de Outubro de 2024

Onça resgatada no Pantanal chega ao Hospital Ayty para tratamento e esturro é o 1º sinal positivo do animal

GOVMS / NATALIA YAHN


Animal estava em manilha de uma fazenda em Miranda e chegou à Campo Grande para recuperação

O esturro da onça-pintada Miranda, resgatada nesta quinta-feira (15) no Pantanal Sul-mato-grossense, é o primeiro sinal de recuperação do animal que já está no Hospital Veterinário Ayty , localizado dentro do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande. Ali ela será tratada com pomadas especiais para queimaduras e até com o uso de ozônio, até que estejam curados os ferimentos, que se concentram nas quatro patas.

Com idade estimada em dois anos, a onça recebeu o nome Miranda em homenagem ao município pantaneiro onde foi avistada e resgatada. Toda a operação somou praticamente 26 horas de trabalho - se iniciou às 12h50 de quarta-feira (14), sendo que às 9h46 desta quinta-feira (15) ele recebeu os primeiros atendimentos ainda no Pantanal. O resgate foi realizado pela equipe do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal).

Após esse procedimento, o animal foi sedado e encaminhado para Campo Grande por via terrestre, chegando à capital sul-mato-grossense por volta das 16h. No CRAS a onça vai passar por exames de imagem e laboratoriais, mas de forma geral a primeira avaliação já demonstra que a situação de saúde dela é boa, apesar das queimaduras nas patas.

'É uma emoção, assim, como todo animal também é importante para a fauna. Mas a onça pintada dá uma emoção pela agressividade, medo e adrenalina', disse a Jordana Toqueto, médica veterinária do CRAS que faz o acompanhamento da situação do felino que, ao esturrar, arrancou comemorações das equipes de biólogos e de veterinários que a resgataram, transportaram e agora serão responsáveis pelo seu tratamento.

A estrutura disponível no Hospital Veterinário de Animais Silvestres 'Ayty', inaugurado em setembro do ano passado, será importante para a recuperação do felino. 'Aparentemente ela está bem melhor do que as onças capturadas em 2020, com queimaduras mais brandas do que a Jout Jout . Precisamos aguardar os próximos exames', explica a médica veterinária e coordenadora operacional do Gretap, Paula Helena Santa Rita, que complementa.

'Fomos acionados e organizamos toda a operação para fazer o resgate e o transporte dela, com o apoio do Ibama (Instutiro Brasileiro do Meio Ambiente) e da PMA (Polícia Militar Ambiental). Ela estava em uma manilha, conseguimos sedá-la e fazer os primeiros atendimentos. Durante todo o trajeto, monitoramos ela, inclusive para conforto da temperatura, com gelo', finaliza.

Ozônio, pomadas e um futuro à frente

De acordo com a coordenadora do CRAS, Aline Duarte, 'tudo o que for necessário para que essa onça possa estar preparada para uma posterior soltura' será feito, incluindo o tratamento com pomadas especiais para curar queimaduras em animais, além do ozônio. 'Durante a captura já foi identificado que ela está com as patas queimadas. Então agora a gente começa o procedimento de tratamento do animal, além dos demais exames', explica Aline.

A captura do felino para a reabilitação é tida como de extrema importância para a fauna, já que por se tratar de uma fêmea jovem, há muita vida para ela ainda. 'A gente pensa nos futuros filhotes, na manutenção da biodiversidade da espécie. É uma fêmea jovem que pode auxiliar a reintroduzir outras onças, dar continuidade na espécie. As onças são especialistas, investem energia para manter os filhotes. Ao longa da vida ela pode ter de 8 a 10 filhos', revela Paula.

O resgate aconteceu dentro das ações da Operação Pantanal 2024 . O Gretap é uma das equipes envolvidas no trabalho, que além da preservação da flora que envolve o combate direto ao fogo, também dá atenção a preservação da fauna e busca ativa de animais que necessitem de tratamento. A Operação durará enquanto ela for necessária no bioma.

Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS Fotos: Bruno Rezende

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