Fux defende que decisões do Judiciário considerem o ‘sentimento do povo’

Voz dissonante no julgamento que condenou Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, ministro pediu para mudar de Turma, em movimento que deve gerar impactos políticos no STF

Jovem Pan / da Redação


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux afirmou nesta sexta-feira (24) que a legitimidade das decisões judiciais depende da capacidade do Judiciário de se aproximar do “sentimento constitucional do povo”. A declaração foi feita durante palestra na Fenalaw, feira jurídica realizada em São Paulo, em meio às discussões sobre seu recente pedido de transferência da Primeira para a Segunda Turma da Corte.

Segundo Fux, a independência dos magistrados deve ser exercida “em favor da sociedade” e não como liberdade para decidir conforme preferências pessoais. Ele destacou que os tribunais dependem da confiança pública e que decisões que dialogam com valores constitucionais da população tendem a ser mais respeitadas. “O Judiciário deve contas à sociedade. Quanto mais se aproxima do sentimento constitucional do povo, mais uma decisão se torna democraticamente legítima”, afirmou.

Na palestra, o ministro também defendeu o avanço da digitalização da Justiça e disse que a rapidez dos processos eletrônicos deve ser vista como cumprimento da Constituição. Ele acrescentou que, embora ferramentas de inteligência artificial possam auxiliar o trabalho, não substituem a atuação humana. “Sentença vem de sentimento. Isso não dá para substituir”, declarou.

As falas de Fux ocorrem poucos dias após sua transferência para a Segunda Turma do STF, aprovada pelo presidente da Corte, Edson Fachin, após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. A mudança altera a composição interna dos colegiados e tem repercussão política, já que Fux vinha sendo voto isolado em julgamentos relacionados ao 8 de Janeiro e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

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Na nova formação, Fux passará a atuar ao lado de Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça. A alteração reacendeu debates nos bastidores sobre possíveis realinhamentos internos e impactos nos próximos julgamentos de grande repercussão, em um momento de forte polarização política no país.

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Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA


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