Entretenimento
'Vai acabar a privatização no país'
Presidente eleito Lula dá mais uma má notícia durante indicação de Aloizio Mercadante para o comando do BNDES
CORREIO DO ESTADO / CLáUDIO HUMBERTO
Novo nº 2 da Fazenda é contra o Teto de Gastos
Anunciado como secretário-executivo do futuro Ministério da Fazenda de Lula (PT), Gabriel Galípolo é conhecido adversário do teto ou limite de gastos públicos.
Como Fernando Haddad já confessou nada entender de economia, o ministro de fato será Galípolo, economista heterodoxo formado na UFRJ, do tipo que passa a vida propondo soluções milagrosas que sempre fracassam. Sua escolha decepcionou porque revela o pouco caso do futuro governo com o controle de despesas.
Está na Constituição
O Teto de Gastos é dispositivo constitucional aprovado há apenas seis anos, no governo Temer, e limita ao aumento dos gastos à inflação.
Mais impostos
Para financiar ações sociais prometidas pelo PT, Galípolo já explicou a solução: discutir renúncias fiscais. Ou seja, aumentar impostos.
Mais regulação
A economia é “exercício ético e social, sendo seu propósito a produção de regras”, escreveu no livro “A escassez na abundância capitalista”.
Ficou para ‘vice’
Galípolo era cotado para ser o presidente do BNDES no futuro governo, mas a solução foi ainda pior: Aloizio Mercadante ocupará o cargo.
Deputados cobram cargos e RP9 em troca da PEC
Na reunião com o presidente eleito Lula nesta terça (13), Arthur Lira levou as travas que a PEC Fura-teto enfrenta na Câmara: manutenção das emendas de relator (RP9) e cargos na Esplanada.
O faminto MDB quer levar Cidades, o PSD quer Infraestrutura e o próprio Lira tenta emplacar aliados na futura gestão. Pesa ainda, governista ou oposição, o julgamento do orçamento secreto no Supremo Tribunal Federal.
Assunto parlamentar
Ricardo Barros (PP-PR), que já transitou entre Lula e Bolsonaro, afirmou esperar que a ministra Rosa Weber deixe a questão “em banho-maria”.
Sinal Amarelo
Preocupou a transição o freio de Lira. Ele mandou o secretário-geral da Mesa avisar aos deputados que não há previsão de votação da PEC.
Não dá
Lira avisou que a PEC, como está, não conta com apoio de líderes na Câmara. Haverá tentativa de reduzir o tempo para 1 ano.
Tempo ruge
O tempo é o maior inimigo da PEC Fura-Teto do futuro presidente Lula. PT & cia têm até o dia 22 para aprovar o projeto que cria quase R$170 bilhões de novas despesas para 2023.
Cálculo de prioridades
Maior parcela dos gastos da PEC Fura-Teto de Lula, R$75 bilhões serão destinados para o Congresso gastar com emendas e inclusive com o “orçamento secreto”. O Auxílio de R$600 custará “apenas” R$70 bilhões.
Meu pirão primeiro
Os deputados não reeleitos são outro entrave para aprovação da PEC Fura-Teto. Eles pressionam pela liberação imediata das emendas para ter o que mostrar em seus redutos eleitorais.
Artes e manhas
Após anunciar Haddad e Dino a uma hora do jogo do Brasil, sexta (9), Lula fez “balanço da transição” no dia que seria a semifinal da Seleção na Copa e lançou a bomba Mercadante, cruz credo, para o BNDES.
Odor de jogada
Já exala odor estranho a cruzada do presidente eleito contra o mercado e os lucros do Banco do Brasil, que deu um banho em lucratividade nos bancões privados como Itaú. Que, aliás, apoiou sua candidatura.
Cota
O PSB tem complicado a distribuição das fatias do ministério Lula. Quer colocar Márcio França no Ministério das Cidades. Virou briga de foice no escuro: a pasta também é pretendida pelo MDB.
Não é comigo
Cobrado pela imprensa militante para retirar bolsonaristas da frente dos quarteis, o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, explica que a área é de segurança nacional e que cabe ao Exército a remoção.
Prestígio
Autoridades de Brasília devem comparecer em peso à posse de Bruno Dantas na presidência do Tribunal de Contas da União. A véspera na capital foi de corre-corre para conseguir convite para a cerimônia.
Pensando bem...
...o maior inimigo da PEC Fura-Teto é tempo curto para o rateio do butim.
PODER SEM PUDOR
Silêncio vale ouro
Nomeado por Jânio Quadros embaixador plenipotenciário na Europa, Roberto Campos empreendeu viagem por todo o Velho Continente assim que foi confirmado no cargo. Levou uma pequena comitiva, que incluía o secretário particular do presidente, Augusto Marzagão.
Na volta, Campos e delegação foram recebidos por Jânio: “Embaixador, de sua comitiva quem mais se destacou na viagem?” Campos apontou o jovem Marzagão: “Ele conseguiu ficar calado em sete idiomas.”