Esportes
Vinho, telão e festa no gelo: veja como Argentina esquentou até a Antártida com título da Copa
Dezenas de trabalhadores de bases do país no continente mais ao sul do planeta vencem frio, torcem como se estivessem no Catar e celebram conquista; assista
GLOBOESPORTE.COM / REDAçãO DO GE
Não eram cinco milhões, como nas ruas de Buenos Aires, mas apenas algumas dezenas. Ainda assim, os argentinos que vivem e trabalham na Antártida, continente mais ao sul do planeta, também comemoraram o título da Copa do Mundo conquistado pela seleção nacional no domingo passado, contra a França.
Vídeos divulgados pelo Ministério da Defesa da Argentina mostram a festa particular dos torcedores nestes locais remotos – dezenas foram ao ar livre e, mesmo diante do frio, levaram bandeiras, gritaram, cantaram músicas da seleção e reproduziram o ambiente vivido no estádio Lusail, no Catar. Só não deu para simular o calor.
O gelo e o frio intenso, porém, não foram suficientes para impedir a emoção nas seis bases permanentes da Argentina no continente. Na base Marambio, por exemplo, os termômetros apontaram oito graus abaixo de zero na tarde do último domingo.
Mais notícias da Argentina + Provocações a Mbappé marcam a festa + Torcedor cai de viaduto em comemoração + Atacante argentino joga dinheiro para torcedores + Bandeira do Brasil é tirada de mastro em festa + Di María antes de final: "Farei gol e serei campeão"
Houve festa e concentração de torcedores nas seis bases permanentes: Orcadas, Marambio, San Martín, Carlini, Belgrano II e Esperanza. Cada uma com população entre 50 e 150 pessoas neste fim de ano.
Vinho para esquentar
Álcool, na Antártida, só aos sábados, de acordo com as regras locais. Como a final da Copa foi num domingo, foi aberta a exceção: vinho branco e tinto à vontade para os torcedores.
Pela manhã, a base Marambio disponibilizou o espaço do refeitório para que trabalhadores, visitantes e imprensa pudessem assistir ao jogo – sim, imprensa, que foi à Antártida acompanhar o lançamento de um programa do Ministério da Cultura.
Pela primeira vez na Copa, houve um telão à disposição – nos outros jogos, apenas televisores comuns e com sinal atrasado. Daniel Cholakian, repórter argentino do "Infobae", contou em reportagem que a organização ainda ofereceu de almoço um "vacío" ao forno (um corte de carne equivalente à fraldinha, no Brasil), com salada de batatas, cenoura e ervilha.
Interessada na história do povo que viu a Copa de (muito) longe, a imprensa argentina fez Federico Vassallo, chefe da base Marambio, ter muito trabalho no domingo da final. Atendeu a jornalistas, e a um deles, disse a frase definitiva sobre o Mundial na Antártida.
– O calor humano faz com que o frio passe despercebido – afirmou Vassallo, à Rádio La 12.
– Aqui se viveram momentos de tensão e sofrimento – completou.
+ Confira as últimas notícias sobre a seleção da Argentina
Durante o jogo, contam repórteres e autoridades que estavam no local, as reações foram semelhantes às de qualquer lugar do planeta: torcedores que pulavam e cantavam, outros que preferiram assistir sozinhos por superstição e aqueles mais nervosos.
Depois do pênalti cobrado e convertido por Montiel, sim, a festa começou para valer e culminou nas imagens que os vídeos mostram. Mesmo no gelo, clima quente, músicas e comemoração sem hora para acabar. Afinal, é dezembro na Antártida: e o sol se põe só depois das 21h...
Veja como foi a festa nas bases da Antártida:
Belgrano II
Esperanza
Carlini
San Martín