Relatora prevê indiciamento de duas pessoas e intima deputado e secretária na CPI

InvestigaMS/Wendell Reis


O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta na Câmara para investigar o transporte coletivo em Campo Grande levará ao indiciamento, por negligência no cumprimento do contrato e fiscalização de, no mínimo duas pessoas. É o que prevê a relatora da CPI, vereadora Ana Portela (PL).

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“O que ouvimos até agora na CPI é um descaso com a população. Não importa se é o atual diretor, ex-diretor ou ex-presidente de cada pasta envolvida. Todos receberam o salário para cumprir seu trabalho, mas ninguém tem respostas objetivas sobre o que houve com o transporte público de Campo Grande. Se houve negligência, alguém precisa responder por isso', declarou.

Nesta quarta-feira, a relatora da CPI apresentou dois requerimentos para intimação do ex-secretário de Finanças e agora deputado estadual, Pedrossian Neto (PSD), e da atual secretária de Finanças, Marcia Hokama.

O objetivo é entender o que de fato tem ocorrido com o repasse da prefeitura ao Consórcio.

“Precisamos entender melhor o que foi pago, o que não foi pago e porque não foi pago. Por isso estamos intimando o depoimento do antigo secretário Municipal de Finanças e da atual secretária da Fazenda. Essa medida é essencial para compor nosso relatório da CPI e devolver para a população respostas concretas sobre o motivo do transporte público estar como está”, justificou.

Laudo do Instituto Brasileiro de Estudos Científicos (IBEC Brasil), feito após pedido judicial, aponta que a Prefeitura de Campo Grande deixou de repassar R$ 377 milhões ao Consórcio Guaicurus ao longo de 13 anos, referente ao valor que deveria cobrir os custos do transporte público. Porém, outro laudo pericial, de 2022, apontou superávit, com lucro de R$ 68,9 milhões.

“Os laudos divergem e o que nós precisamos é de respostas corretas e independentes, que mostrem a verdade para a população que tem sido prejudicada… O nosso relatório não vai se basear estritamente nestes laudos técnicos periciais. Além dele, estamos recebendo diversos documentos e ouvindo as partes para compor um relatório robusto e independente', concluiu.


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