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Juíza garante liberdade a oito presos em operação envolvendo deputado
InvestigaMS/Wendell Reis
A juíza da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, May Melke Siravegna, concedeu liberdade a oito presos em 2023 na Operação Sucessione, que tem entre os envolvidos o deputado Neno Razuk (PL).
A juíza considerou que a instrução processual está encerrada e não subsistem os motivos para a manutenção cautelar dos denunciados por envolvimento com o jogo do bicho.
Ganharam a liberdade: Júlio Cézar Ferreira dos Santos, Diego de Sousa Nunes, Gilberto Luís dos Santos, Edilson Rodrigues Ferreira, Manoel José Riberio, Wilson Souza Goulart e Valmir Queiroz Mantinelli.
“Da análise dos autos constata-se que que os requerentes trouxeram elementos que justificam a revogação da decisão que decretou sua prisão preventiva. Com efeito, infere-se que a instrução processual encontra-se (sic) encerrada na ação penal principal, tendo este juízo determinado a abertura de prazo para memoriais após a juntada dos antecedentes atualizados dos acusados', justificou a juíza.
O caso
O Gaeco, com apoio do Garras, tenta combater uma organização criminosa responsável por diversos roubos praticados mediante o emprego de arma de fogo e em concurso de agentes, em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande/MS.Segundo a investigação, tudo no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho local.
As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem grave penetração nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade.
Na primeira fase da operação, no dia 5 de dezembro, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande/MS e Ponta Porã/MS. Entre os alvos, o deputado Neno Razuk, quatro assessores parlamentares (entre os quais dois são policiais militares da reserva) e outras oito pessoas vinculadas à organização criminosa.
Na segunda fase, foram cumpridos 12 (doze) mandados de prisão preventiva e 4 (quatro) mandados de busca e apreensão, na cidade de Campo Grande/MS. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Segundo o Gaeco, a partir do material na primeira fase, foi possível identificar o envolvimento de várias outras pessoas na organização criminosa.
“Segundo levantamentos, a organização criminosa, que age de maneira violenta para estabelecer seu domínio, mesmo depois da ação policial ocorrida em outubro de 2023, continuou a investir na aquisição de máquinas para operar o jogo do bicho nesta Capital. A organização é integrada por policiais militares da reserva e de 1 (um) ex-policial militar (excluído dos quadros da corporação), que se valiam de sua condição, especialmente do porte de arma de fogo, como forma de subjugar a exploração do jogo ilegal aos mandos e desmandos da organização criminosa, tudo para tornar Campo Grande novo território sob seu comando', diz nota do Ministério Público.
Ainda segundo o Gaeco, 15 pessoas, cada qual a sua maneira, integravam organização criminosa armada, estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas, voltada à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos triplamente majorados, corrupção, entre outros crimes graves.














