Com altos e baixos, Vasco fica zerado contra o aplicado CSA

Cruzmaltino teve volume ofensivo e pressionou, mas não achou a contundência para vencer

GloboEsporte.com / Rodrigo Coutinho


O Vasco pressionou, mas não conseguiu voltar de Maceió com vantagem para definir em casa a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Pecou na hora de terminar a maioria dos ataques, e também esbarrou em um abnegado CSA, que chegou a incomodar em rápidos contragolpes. O empate sem gols deixa tudo aberto para a próxima quarta-feira. Um novo empate leva a definição aos pênaltis.

O Cruzmaltino ainda terminou a partida com um jogador a menos, fruto do segundo cartão amarelo levado por João Victor nos últimos minutos. O defensor fez mais um jogo inseguro. Por mais que o time carioca tenha finalizado 20 vezes em 96 minutos de partida, seis delas na direção da meta, o apetite ofensivo não foi necessariamente convertido em tantas chances reais de gol.

Escalações

Em sua estreia no comando do CSA, Marcio Fernandes escalou basicamente o mesmo time dos confrontos com o Grêmio em abril e maio. A única diferença foi Luciano Naninho, que formou o meio-campo com Camacho e Gustavo Nicola. Ele chegou ao clube no início de junho e barrou Silas. Jogou um pouco mais solto, à frente da dupla de volantes.

Fernando Diniz contou com o retorno de João Victor. Lucas Freitas foi para o banco e Maurício Lemos foi mantido como titular. Philippe Coutinho também voltou a ficar a disposição, mas iniciou entre os reservas. O restante do time foi o mesmo que entrou em campo contra o Internacional.

O jogo

O CSA conseguiu resistir bem a pressão que o Vasco buscou fazer ao longo de todo o 1º tempo. É verdade que sofreu em alguns momentos, principalmente até os 25 minutos, mas também deu sustos no sistema defensivo cruzmaltino, que ficou naturalmente exposto.

O goleiro Gabriel Félix mostrou segurança e bom posicionamento, apesar de não ter sido exigido em nenhuma finalização realmente contundente dos cariocas. Faltou isso ao time. Islan e Betão, a dupla de zaga do Azulão, foi muito bem ao bloquear arremates e cortar passes promissores. O primeiro chegou a vacilar e perder a bola para Nuno Moreira em uma saída, mas Gabriel Félix o salvou.

O Vasco teve um bom poder de criação pelo lado esquerdo inicialmente. David, Nuno Moreira e Lucas Piton se conectavam no setor. Tchê Tchê oferecia suporte ao se deslocar por dentro. Chegou a finalizar duas vezes com certo perigo da entrada da área, mas oscilou como todo o time. Nuno Moreira foi o mais regular do sistema ofensivo.

Vegetti teve poucas bolas. Foi muito bem marcado por Betão. E quando recebeu um cruzamento em boas condições, cabeceou fraco, em cima do goleiro. Desta vez, Diniz não promoveu tantos deslocamentos de lado a Rayan. Ele ficou um pouco mais restrito ao flanco direito, assim como David ao esquerdo. Uma estratégia para ''alargar'' a linha defensiva do time de Maceió.

A respostas de Marcio Fernandes foi fazer com que o ponta-esquerda Guilherme Cachoeira recuasse ainda mais para montar uma linha de cinco na defesa em diversos momentos. Muito aplicado taticamente. Quem também se destacou foi o centroavante Tiago Marques. Isolado na puxada de contragolpe, venceu duelos contra Maurício Lemos e cavou um amarelo para o zagueiro.

Chegou a finalizar com perigo ao receber de Brayann em contra-ataque, num lance de impedimento mal marcado. Foi alvo das muitas ligações diretas feitas pelo CSA. Conseguiu incomodar duelando por essas bolas diretas, e até manteve sua equipe no campo de ataque em determinados avanços.

Uma boa dinâmica do Azulão foi a coordenação entre Brayann e Felipe Albuquerque pela direita. O meia flutuava para o centro e o lateral era agressivo nas ultrapassagens. Camacho e Gustavo Nicola foram firmes para combater na entrada da área. Nicola ainda chutou com perigo uma bola da intermediária.

Além de não finalizar com precisão nos bons momentos que teve na 1ª etapa, faltou ao Vasco uma participação mais efetiva dos zagueiros na circulação de bola, e ser mais frequente pelo lado direito. Paulo Henrique e Rayan buscaram menos combinações que o ideal. Thiago Mendes foi a cartada de Fernando Diniz no intervalo. Lemos saiu e Hugo Moura virou zagueiro.

No CSA, Daniel Baianinho entrou no lugar do apagado Luciano Naninho. Brayann passou a jogar com meia-central, mais perto de Tiago Marques. O Vasco voltou a intensificar a pressão e tranformar o jogo em um ''ataque x defesa'' no início da 2ª etapa. Esbarrava, no entanto, em uma área adversária bem protegida e nos próprios erros técnicos que cometia.

A equipe da casa, de quebra, passou a ter mais poder de contra-ataque com Baianinho pela direita. Ele perdeu grande chance ao não aproveitar a falha de Hugo Moura, após lançamento do goleiro Gabriel Félix. João Victor foi mais um a levar amarelo por interromper uma transição rápida dos anfitriões. A produção ofensiva do Vasco não era alta. O time só tinha volume no campo de ataque àquela altura.

Philippe Coutinho substituiu o apagado David antes mesmo dos 15 minutos. Nuno Moreira passou a jogar aberto pela esquerda. Depois o português saiu cansado para Loide Augusto jogar no setor. O time começou a fazer alguns cruzamentos na área sem trabalhar tanto a bola, mas levou perigo assim. Se aproveitou de dois cortes mal feitos pela defesa para arrematar com Vegetti e Coutinho por cima.

O camisa 10 da Colina voltou a assustar na sequência. Fez linda tabela com Piton, invadiu a área, e bateu de canhota para fora. Grande jogada e chance perdida. As conexões entre Coutinho e Lucas Piton aumentaram a produtividade carioca novamente, mas não se estenderam. Loide Augusto, mais ''fresco'' do que Nuno Moreira no 2º tempo, aumentou a mobilidade pelo lado esquerdo também.

Percebendo o momento desfavorável da sua equipe, Marcio Fernandes sacou Tiago Marques e Brayann para colocar Adiel e Silas. Ganhou força para sair da pressão novamente. Aos 40 minutos, o Vasco sofreu um golpe no ''abafa'' que buscava fazer na reta final do jogo. O inseguro João Victor brecou outro contra-ataque com falta e acabou expulso ao levar o segundo amarelo.

Rayan saiu para Lucas Freitas recompor a zaga. Loide Augusto ainda buscou algumas jogadas individuais pela esquerda, mas foi bloqueado por Islan ao tentar achar Vegetti dentro da área. Final de jogo improdutivo para o Gigante da Colina, que chegou pela última vez com perigo aos 30 minutos, em contragolpe puxado e finalizado por Paulo Henrique.


Comentários