Amiga e rival: ‘sem adversários para o governo’, Simone se torna principal preocupação de ala da direita

InvestigaMS/Wendell Reis


O bloco governista, liderado pela senadora Tereza Cristina (PP), governador Eduardo Riedel (PP) e ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) está de olho nos passos da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB). Ela é considerada amiga de uma parte do grupo, mas a proximidade da eleição tem criado um estranhamento, que começa a ficar menos controlável.

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A ministra é pré-candidata ao Senado e demonstra, dia após dia, que pretende convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a deixá-la concorrer ao Senado em Mato Grosso do Sul, mesmo com parte do grupo petista defendendo a candidatura dela em São Paulo.

Simone, que havia anunciado decisão no final do ano, agora fala que só decidirá em janeiro, após pesquisa e essa indefinição faz o grupo governista também adiar o futuro da coligação na disputa para o Senado.

Por enquanto, Eduardo Riedel não tem adversários definidos para o governo. O PT tenta convencer Fábio Trad (PT) a disputar o Governo, mas ele tem interesse em uma das vagas na Câmara Federal. Já Marcos Pollon (PL) tem anunciado interesse, mas não tem partido para concorrer, porque o PL, agora liderado por Reinaldo Azambuja, já fechou com Riedel.

Sem adversário definido para o governo e com pesquisas que indicam aprovação popular, o bloco governista está mais preocupado com o crescimento, ainda que tímido, de Lula, que pode influenciar na eleição do Senado em Mato Grosso do Sul.

Hoje, no bloco governista, disputam a preferência o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), e o senador Nelsinho Trad (PSD), mas não há nada definido sobre quem será o escolhido. Além deles, Capitão Contar (PRTB) e Gianni Nogueira (PL) também estão de olho na segunda vaga do grupo, porque a primeira já está reservada para Reinaldo. 

Gianni terá dificuldade porque o PL já terá uma das vagas ao Senado no grupo, entregue a Reinaldo. Já Contar, não tem proximidade com nenhuma das lideranças que terão poder de voto (Riedel, Tereza e Reinaldo) e precisará de um “voto pragmático' dentro do grupo para ser o escolhido.

Caso Simone cresça nas pesquisas, acompanhada por Lula, o grupo governista tende a agir com máxima cautela para não correr risco, porque o planejamento é eleger os dois senadores. A preocupação aumenta porque nenhum dos candidatos da chamada direita fala em recuar e o cálculo é de que uma possível divisão pode favorecer as candidaturas de esquerda. 

O cálculo sobre as possibilidades de Simone leva em conta uma parte do eleitor de centro, que tem simpatia por ela desde o tempo que foi eleita senadora, e a última eleição presidencial, quando Lula teve 40,51% dos votos. 

Retrospecto das eleições de senadores

No PT, o clima é de otimismo, acompanhado do histórico de eleições para o Senado em Mato Grosso do Sul.  O presidente estadual do PT, Vander Loubet, que é pré-candidato ao Senado, recorda que geralmente os presidentes conseguem eleger pelo menos um senador no Estado.

O deputado recorda que em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente pelo PSDB, o partido elegeu Lúdio Coelho (PSDB) para uma das vagas no Senado. Em 2002, também na disputa de duas vagas, Delcídio do Amaral foi eleito com apoio de Luiz Inácio Lula da Silva. Depois, em 2010, Delcídio voltou a ser eleito, desta vez com Dilma Rousseff (PT) eleita presidente.

O mesmo aconteceu em 2018,  quando impulsionada por Jair Bolsonaro, Soraya Thronicke conseguiu surpreender e vencer candidatos considerados favoritos, como Zeca do PT, Waldemir Moka (MDB) e o candidato do Governo do Estado, Marcelo Migliolli.


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